segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Land Art - Roden Crater



(Mais uma vez um documentário da RTP2.)

O conceito de Land Art é novo para mim. Acho-o até um pouco perigoso. Roden Crater é um bom exemplo desse perigo. As imagens que vi no último Domingo no documentário da RTP2 são tenebrosas - um vulcão magnifico a ser assassinado - mas ao mesmo tempo maravilhosas pois o que está a ser criado dentro da montanha é impressionante. James Turrell removeu milhões de metros cúbicos de terra - qual faraó! - e construiu efeitos de luz, cor e plasticidade, numa relação tridimensional e transcendental entre a terra e o céu. Gostava de ir lá ver. Contradição? Sim. O conceito de arrasar uma montanha por uma ideia de arte é algo que não me agrada muito. No entanto, não consigo afastar este sentimento contraditório que me faz admirar as grandes obras do Homem (não, não falo de paredões de barragens), tais como a muralha da china, Machu Picchu e as gravuras de Foz Coa. E desenganem-se aqueles que pensam que as grandes obras não são feitas à custa da natureza. Roden Crater é uma grande obra do Homem? Não sei. Gostaria de ir lá para descobrir.

Por cá, gosto de uma obra de Land Art mais singela, mas bonita pelo seu enquadramento. É a espiral que se encontra na Serra da Lua (junto à serra dos Candeeiros). Confunde-se com os típicos muros da região e, ao mesmo tempo, assume o seu papel simbólico - a espiral é um símbolo lunar.

Vejam esta imagem do Google Earth. A espiral parece pouco visível (têm de clicar na imagem para ver a espiral, que está perto do canto inferior esquerdo), mas quem desce a serra dos candeeiros em direcção ao vale de Arrimal vê bem a espiral na encosta da serra da Lua. É muito simples e de grande beleza, em especial pelo seu enquadramento.

1 comentário:

sem esteticas disse...

Sim, realmente também acho fantástico ter a visão de escavar um vulcão para apenas desenhar um percurso interessante ou muito interessante